Paralisação da enfermagem da Santa Casa de Campo Grande chega ao 2º dia com restrições a visitas
23/12/2025
(Foto: Reprodução) Segundo dia de paralisação parcial na Santa Casa de Campo Grande
Os profissionais da enfermagem da Santa Casa de Campo Grande seguem em paralisação parcial nesta terça-feira (23), no segundo dia do movimento, por causa do não pagamento do 13º salário.
O Sindicato dos Trabalhadores na Área de Enfermagem de Mato Grosso do Sul (SIEMS) confirmou ao g1 a continuidade da paralisação. Segundo o sindicato, nenhum funcionário recebeu qualquer parcela do benefício até o momento, e não há previsão de pagamento. A Santa Casa informou que não tem recursos para quitar o valor.
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De acordo com o SIEMS, cerca de 70% dos funcionários continuam trabalhando, enquanto 30% aderiram à paralisação.
Regras para visitas durante a paralisação
Por causa da paralisação, a Santa Casa ajustou temporariamente as rotinas de visita aos pacientes. As regras são:
entrada permitida para apenas um familiar por paciente;
cada paciente pode receber uma visita por dia, no período da manhã, às 11h;
o acesso deve ser feito somente pela porta de vidro no térreo.
As visitas estão liberadas para pacientes internados na UTI e nas enfermarias. No setor de Trauma, a entrada deve ocorrer pela porta específica da área.
Reivindicações da categoria
Segundo o sindicato, a mobilização busca chamar a atenção da direção do hospital para os atrasos nos pagamentos. O presidente do SIEMS, o enfermeiro Lázaro Santana, informou que foi proposta a quitação do 13º salário em três parcelas, com início em 25 de janeiro, mas a proposta foi rejeitada pela categoria.
“Os trabalhadores decidiram manter a paralisação até que o pagamento seja efetuado”, explicou Lázaro.
A paralisação envolve profissionais da enfermagem e também trabalhadores das áreas administrativa e médica. De acordo com o sindicato, os funcionários que aderiram ao movimento voltaram a se concentrar em frente ao hospital neste segundo dia, pedindo o pagamento do 13º salário.
Falta de recursos
A Santa Casa de Campo Grande informou que não tem recursos financeiros para pagar o 13º salário neste momento. Segundo o hospital, há um déficit mensal de cerca de R$ 12 milhões, enquanto o valor total do 13º é de aproximadamente R$ 14 milhões.
A instituição explicou que, em anos anteriores, o governo do Estado repassava todo o valor destinado ao pagamento do 13º. Neste ano, de acordo com a Santa Casa, o governo informou que o repasse será feito em três parcelas, nos meses de janeiro, fevereiro e março.
Com isso, o hospital afirma que não consegue pagar o benefício sem o repasse completo dos recursos.
O que diz o governo
O governo de Mato Grosso do Sul informou, por meio da Secretaria de Estado de Saúde (SES), que não há acordo que torne o Estado responsável pelo pagamento do 13º salário dos funcionários da Santa Casa de Campo Grande.
Segundo a SES, nos últimos anos foram feitos repasses extras, de forma excepcional, aos hospitais filantrópicos, para ajudar no custeio e no cumprimento de obrigações, sem caráter obrigatório.
A secretaria informou ainda que todos os repasses previstos em contrato com a Santa Casa estão em dia e são feitos ao município de Campo Grande até o quinto dia útil. De janeiro a outubro, o Estado repassou R$ 90,7 milhões, com média mensal de R$ 9,07 milhões. Em novembro, houve um acréscimo de R$ 516,5 mil, elevando o repasse mensal para R$ 9,59 milhões.
Além dos valores regulares, o governo estadual informou que, em 2025, já destinou R$ 25 milhões em recursos da bancada federal para a Santa Casa.
Por fim, a SES afirmou que mantém o compromisso com a transparência, a responsabilidade fiscal e a continuidade do atendimento à população por meio da Santa Casa de Campo Grande.
Segundo dia de paralisação parcial na Santa Casa de Campo Grande
SIEMS
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